Resoluções do 14º Congresso da AME



14º Congresso da AME


RESOLUÇÕES


            Em 2009, depois de um período de estagnação, a AME foi reativada com a tarefa de transformar a realidade das escolas matogrossenses, e organizar a luta estudantil em nosso estado.  Desde então, tem havido uma maior aproximação e participação dos estudantes na gestão escolar, seja pela organização de Grêmios Estudantis, seja pela participação nos Conselhos Deliberativos. Porém, ainda há muito a fazer para garantir uma educação pública de qualidade e que corresponda aos anseios dos estudantes.
            Por isso, devem ser tarefas da AME e do movimento estudantil que queremos:

·        A AME deve ter como uma das suas principais bandeiras na próxima gestão a conquista de uma sede própria, com capacidade para receber os estudantes matogrossenses e visitantes em seus fóruns e atividades, a Casa do Estudante da AME;
·        Defender a Reserva de Vagas e ampliação das políticas de assistência estudantil no estado de MT, garantindo o acesso e permanência dos estudantes numa educação pública, gratuita e de qualidade;
·        Deve ser primeira tarefa da próxima gestão da AME, a regularização jurídica da entidade;
·        A AME deve realizar um fórum próprio de debate de Assistência Estudantil;
·        A AME deve conduzir, em conjunto com as entidades de base do M.E. matogrossense, uma campanha de formação de Grêmios Estudantis em todo o estado;

            Como forma de garantir estes pontos, é preciso organizar a entidade, fortalecer sua área Financeira, garantindo sua autonomia:

  • Fortalecer esta área como umas das principais para viabilizar as atividades da entidade;
  • Realizar campanhas e eventos para arrecadação de fundos para a AME;
  • Realizar campanha de confecção de carteirinha do estudante, como forma de levantar fundos, e ao mesmo tempo aprofundar o debate da meia-entrada também no interior;
  • Realizar prestação de contas anual, com ampla divulgação em meios eletrônicos.

            Compreendemos que a ampla divulgação das ações da AME são fundamentais para o fortalecimento da luta estudantil. Desta maneira, se faz necessário estabelecer uma  política de comunicação que se enquadre na realidade dos estudantes, popularizando o movimento estudantil em nosso estado.
            Propomos que:
·    É preciso dar atenção especial à comunicação não-virtual: nem todos os estudantes possuem acesso à internet. Desse modo, a comunicação através de panfletos, jornais, cartazes, SMS, ligações telefônicas precisa ser trabalhada paralelamente à comunicação/mobilização virtual;
·    As ferramentas de comunicação das entidades devem ser de “mão-dupla”, havendo uma maior interação entre a base e as direções das entidades estudantis, de forma articulada, em rede, facilitando a distribuição de conteúdo;
·    Devem ser bandeiras constantes da AME, da UBES e das demais entidades estudantis a democratização dos meios de comunicação, sejam virtuais, radio - televisivos, ou impressos, retirando-os das mãos do capital especulativo;
·    As entidades de base precisam possuir ferramentas próprias e oficiais de comunicação, de forma a garantir fontes confiáveis de informação para os militantes do M. E.;


            A pluralidade e a diversidade são a maior marca dos estudantes em todo o país e em Mato Grosso. Além do mais, garantir a democracia nas escolas é garantir respeito e dignidade aos estudantes. Precisamos:
  • Necessidade de dar mais visibilidade à população LGBT através da participação e do incentivo à Paradas do Orgulho LGBT não só na capital, mas também no interior;
  • O movimento estudantil precisa instituir/realizar seu próprio fórum LGBT, tanto nas entidades de base quanto na UBES;
  • O M.E. precisa defender a implementação de projetos como o Escola Sem Homofobia, desde o mais cedo possível na educação básica, e estender esses programas também para as famílias dos estudantes;
  • Deve ser tarefa da AME defender a aprovação da lei que torna crime a prática homofóbica, bem como combater o bullyng e o ciber-bullyng homo-transfóbico.
           
            Sabemos que a escola é um espaço de experimentação e desenvolvimento. Além de ser um espaço de formação artística, deve também ser um espaço de produção e circulação das obras artísticas e culturais dos estudantes.
            Para a cultura que queremos:
  • É preciso compreender a cultura e manifestações artísticas de forma interligada, e é papel do Estado aumentar o financiamento de projetos culturais em locais públicos, bem como ampliar a rede dos Pontos de Cultura do Ministério da Cultura; articulando iniciativas e grupos culturais nos municípios;
  • Dentro das escolas, a disciplina de Artes precisa apresentar a cultura e manifestações artísticas não só de forma verbalizada, centrada em textos e apostilas, mas também se utilizar de recursos multimídia, de aulas campo em museus e locais históricos de modo que @ profess@r@ explore a sensibilidade dos estudantes aumentando seu interesse e participação;
  • A AME, UBES e demais entidades estudantis gerais e de base devem iniciar uma campanha, com atos públicos espalhados pelo país, tanto nas capitais quanto no interior, em defesa do aumento dos investimentos federais em cultura, ampliando o percentual do PIB destinado à esta área;
  • As escolas devem incentivar a produção artística dos estudantes, através da pintura dos muros, paredes e outros locais dentro das mesmas, realizando oficinas de grafite e desenho, de forma a melhorar a ambiência escolar;

            Pouco tem mudado de verdade nas escolas em nosso estado e país. Para alcançarmos um ensino de qualidade, é preciso pensar uma nova escola, investir pesado em estrutura, elaborar um currículo com novos conteúdos, voltado para a preparação do jovem no aprofundamento dos conhecimentos adquiridos e para o mercado de trabalho visando a formação de cidadãos criativos, competentes e participativos.
            A escola que queremos deve ter:
  • Salas climatizadas, um computador por aluno, valorização e formação permanente dos profissionais da educação, biblioteca e laboratório de informática;
  • Projetos de incentivo à cultura e prática esportiva, visando um método educacional mais atrativo;
  • Radicalização da gestão democrática: além eleição de diretor, também devem ser eleitos coordenadores. Nos conselhos defendemos o cumprimento da lei que garante a participação dos estudantes e ainda a composição paritária dos mesmos.

            Reconhecemos que a realidade da universidade mudou. Nos últimos anos houve expansão dos recursos financeiros e da estrutura da rede de universidades e institutos federais.     Mas muito ainda precisa ser feito:
  • Defendemos a aplicação de 10% do PIB na Educação de imediato;
  • Garantir o investimento de 50% do fundo social do pré-sal na educação;
  • Ampliação das vagas nas universidades até que se universalize o acesso ao ensino superior;
  • Fortalecimento e ampliação dos recursos dos programas destinados à assistência estudantil nas redes federal e estadual. Para com isso garantir a ampliação e construção de Casas de Estudante, Restaurantes Universitários, como também o aumento do número e dos valores das bolsas destinadas à assistência.
       Quanto ao ensino técnico, sempre foram bandeiras do M.E. o ensino médio integrado à educação profissionalizante. Muito mais ainda precisa ser investido, além da utilização do sistema “S” (Senai, Senac, Sesi, e etc.) para dar resposta aos interesses estaduais e nacionais. É preciso:

·        Promover a importância do ensino técnico para o desenvolvimento estratégico de nosso estado e país;
·        Realizar a ampliação planejada de vagas, garantindo estrutura e recursos financeiros e humanos, para a abertura de novos cursos e campi, tanto na rede federal quanto na rede estadual;
·        Expandir para todas as cidades pólo do estado as escolas com EMIEP – Ensino Médio Integrado ao Ensino Profissionalizante, e ampliar a rede de escolas técnico-profissionalizantes estaduais;
·        Como já existe o SINAES, é preciso criar um sistema que universalize a avaliação de qualidade das escolas técnicas, sejam elas públicas ou privadas;
·        Ampliar os recursos financeiros destinados ao ensino técnico público, e adequar os repasses orçamentários à realidade de cada unidade escolar.