terça-feira, 1 de novembro de 2011

VITÓRIA DOS ESTUDANTES: 50% das vagas da UFMT serão dos estudantes das Escolas Públicas

Finalmente, depois de muita luta e mobilização da UJS e das entidades estudantis (UBES - União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, UNE - União Nacional dos Estudantes, AME - Associação Matogrossense dos Estudantes Secundaristas, Grêmios Estudantis, DCE’s, Centros Acadêmicos, etc.), a UFMT aprovou, no dia 31 de outubro, a reserva de vagas de 50% para alunos das escolas públicas, sendo que dessas, 20% serão destinadas para estudantes negros.
Isso significa que cerca de 5.200 vagas, distribuídas em todos os cursos, serão ocupadas por estudantes que tenham cursado o ensino fundamental e médio em escola pública. Com essa regra inclusiva, as vagas de cursos quase inacessíveis ao estudante pobre, a exemplo de Medicina e Direito, obrigatoriamente serão ocupadas por esses estudantes, concretizando uma palavra de ordem muito cantada nas manifestações em favor da reserva de vagas: Ôooo Ôoooooo o estudante pobre vai poder virar doutor!!!
Agora, com a aprovação da reserva de vagas, o grande desafio será garantir uma efetiva assistência estudantil para permitir que esses milhares de estudantes carentes tenham apoio necessário (moradia estudantil, restaurante universitário, biblioteca de qualidade, garantia de passe livre, entre outros) para que possam concluir, com sucesso, seus cursos superiores.

VIVA A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À UNIVERSIDADE!
VIVA A LUTA DOS ESTUDANTES E DAS ENTIDADES ESTUDANTIS!


HISTÓRICO DA LUTA PELA RESERVA DE VAGA:
A luta pela reserva de vagas para alunos de escolas públicas é uma luta antiga desenvolvida pela UJS e
pelas entidades estudatís UBES, UNE, AME, grêmios, DCE’s e centros acadêmicos. Em 2010, a Conferência Nacional de Educação (CONAE) também aprovou esta proposta, reforçando ainda mais nossa luta.
A proposta de reserva de vagas na UFMT há muitos anos vinha sendo debatida pela sociedade matogrossense ganhando muita visibilidade no último fórum da diversidade que aconteceu no ano de 2010, onde o presidente da AME Rarikan Heven exigiu que a UFMT colocasse em votação e adotasse essa proposta.
No mês de Junho/11, houve uma audiência da Reitora Maria Lucia com os representantes dos estudantes secundaristas onde o Presidente da AME, em conjunto com o Diretor da UBES, Vitor Hugo, apresentaram um requerimento de votação da proposta no CONSUNI da universidade, entrando em pauta no dia 4 de outubro.
Naquela ocasião, houve grande mobilização de estudantes na UFMT. Um grupo, liderado pela UJS, AME, UBES e DCE, fundamentalmente formado por estudantes das escolas públicas, defendendo a reserva de vagas. Outro, liderado pelo MRS e pelos donos de cursinhos e escolas particulares, defendendo contra a reserva de vaga.
O grupo contrários a reserva chegaram a ameaçar invadir a reunião, algo que não aconteceu porque os defensores da reserva de vagas montaram uma barreira humana na entrada da reitoria. Finalmente, em 31 de outubro, a UFMT aprovou, por ampla maioria, a reserva de vagas de 50% para alunos provenientes das escolas públicas.

VITOR HUGO Diretor da UBES e da AME. Estudante do Liceu Cuiabano
«A aprovação da reserva de vagas foi uma vitória histórica das entidades estudantis e dos estudantes que estudam em escolas públicas. Entretanto, continuaremos a luta pela melhoria do ensino nas escolas públicas e particulares. Também é preciso que a universidade garante condições para o estudante cotista concluir com dignidade seus estudos.»

MARIA LÚCIA CAVALLI Reitora da UFMT.
“A maioria dos estudantes do ensino privado são de classe média alta e podem ter acesso a vários cursos preparatórios, estudar em escolas de línguas, enfim, têm mais chances que aqueles das escolas públicas. Com essa decisão, a concorrência continua acirrada, mas agora igualitária”

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